Recado dos Céus

"Senhor Deus, eu não entendo o que queres de mim. Porém, faça-se em mim a vossa vontade, pois eu te amo, sem nem te conhecer. Portanto, não necessito entender também a vossa vontade, mas apenas submeter-me a ela." A vontade de Deus é o grande dilema da nossa vida mundana. De modo recorrente, nos questionamos a respeito de qual a Sua vontade para nós. Isso tudo por causa de nossa falta de fé, e nossa imersão nas coisas do mundo, que nos extraviam da graça de Deus. Ocasionalmente, nos revoltamos por não compreendermos a vontade do Senhor e tomamos uma postura rebelde, vivendo à toa, como quem quer colocar o Senhor à prova. Pensamos que já que Ele não deixa tudo às claras para nós, então que se vire para nos comunicar o que quer ou, então, que cuide de nós, como um pai que vigia sua criança, justificando nossa postura rebelde e atribuindo a Ele a culpa pelas consequências de tal decisão. Esquecemos que Deus nos concede a liberdade, a qual ignoramos a vida inteira, como se

Meu Senhor, meu Amor, se eu pudesse olhar nos teus olhos, eu te diria: Senhor, eu te amo tanto que poderia explodir, porque não cabe dentro de mim o volume de amor que derramas em mim. Meu querido, minhas mãos desejam tocar por ti, meus passos anseiam por percorrer as estradas que levam ao teu coração, a tua morada. Minha boca deseja proclamar o hino do teu amor e dizer belezas que entram nos ouvidos, indo direto ao coração. Meus olhos anseiam por enxergar a felicidade nos rostos dos teus filhinhos e ver demonstrações do amor que só Tu podes dar, meu Rei. Minha vida faz sentido quando voltas teu olhar para mim. Teus olhos, que nunca vi, esquentam minha alma e me sinto como um neném no colo da mãe. Senhor, se eu te visse em minha frente, beijaria tua face, teus pés, e te daria o abraço mais apertado. Depois me aninharia em teu colo quente e aconchegante debaixo de tuas barbas e dormiria o sono mais delicioso, ao lado de teus Anjos. Acordar e lembrar que passaste a noite toda

Jesus, eu te amo. E me pergunto porque, se nem te conheço, nunca te vi, nunca dialoguei contigo. Apenas falo e, numa esperança quase ingênua, suponho que me ouves. E de um modo milagroso, me respondes de alguma maneira inusitada, se utilizando de inúmeros artifícios para manter acesa em mim a chama desta esperança, agora fundada na certeza de que não só me ouves, mas também me atendes. Nunca me deixas sem uma satisfação, ainda que eu não perceba. Meu amor por ti é tão grande que, no meio da noite, acordo balbuciando declarações de amor a ti e a depositar em ti a confiança de que, de algum modo, estás aqui a me observar dormindo, cuidando de mim como quem cuida de um tesouro preciosíssimo. Quem sou eu, que tão indigna de sequer olhares para mim te tenho, ainda assim, como o amor da minha vida? Como e por que nutro em mim a audácia de te amar assim? Quem sou eu, que mesmo miserável sou capaz de te enxergar nas espécies do pão e do vinho e, mais ainda, tomá-lo em minha própria