Deus me fez mulher


Mulheres, gostaria de hoje escrever a vocês algumas palavras que creio ser vontade de Deus que vocês leiam. Não me acho capacitada para falar qualquer coisa a vocês, logo não me considero um grande exemplo de mulher como Maria ou mesmo Ester, mas uma filha de Deus muito miserável que deseja ardentemente contrair da parte de Deus quaisquer atributos das grandes mulheres virtuosas que Ele nos deu como exemplo nas sagradas escrituras.
Gostaria de encorajá-las, em primeira mão, a também buscarem a graça de assemelharem-se a qualquer coisa destas mulheres, ainda que seja a simples vontade de serem santas. Não conseguiremos sozinhas, mas é exatamente para isso que existe a graça de Deus que está pronta a ser derramada, mas precisa encontrar um receptáculo vazio e aberto que a comporte: nossos corações, que precisam ser esvaziados dos conceitos impostos ao longo do tempo que deturparam todo o real sentido de nós mulheres termos sido criadas por Deus e o imensurável valor que nós temos diante dos olhos dEle.
Deus criou o homem e logo viu que sem uma companhia o seu homem não seria tão feliz como Ele tanto desejava que fosse, e olhe que Ele já tinha criado todo o mundo, os animais, plantas e tudo de mais perfeito somente para o proveito do homem. Mas olhou para o homem e não se conformou em deixá-lo sozinho, sem uma ajuda adequada (Cf. Gn 2,18). Percebam como seria triste o mundo sem as mulheres se não fosse esta sabedoria infinita de Deus! E não falo no sentido da sexualidade nem de gênero, mas deste ser que Deus criou para ser complemento do homem em tudo. A figura feminina com suas particularidades, com seu carinho, sua ternura, sua complacência, seu olhar minucioso a todas as necessidades de quem está ao redor, sua delicadeza, sua forma particular de resolver os problemas, entre tantas outras particularidades que dão alegria e sentido à criação de Deus.
Não somos melhores em nada que os homens e nem eles que nós, mas somos complementos perfeitos um do outro, perfeito encaixe da criação mais perfeita de Deus. As características de um casam perfeitamente com as do outro. O que falta em um, tem no outro e os dois se tornam o equilíbrio perfeito da criação do Senhor. Quando pensamos o contrário, estamos acusando o próprio Deus de não ter bom senso algum, certo?
Pois bem, com o passar dos tempos, por conta do pecado original, nós viemos adquirindo muitos comportamentos que não condizem com esta criação divina. Abrimos mão dos maiores atributos femininos que o Senhor nos deu ao nos criar, porque a sociedade nos impunha ideias que compramos tão facilmente, sem nenhuma resistência. E tudo foi sendo incutido nas nossas mentes e passamos a nos comportar de forma totalmente desordenada, a começar pela afetividade e sexualidade. Vamos falar dos tempos mais “modernos”. Começou há cerca de 20 anos atrás uma nova moda. De repente, nos disseram que era certo “ficar” e não mais namorar, para não precisar mais se assumir compromisso com ninguém e, assim, poder sair usando uns aos outros, quantos quisesse, sem ter direito a cobrar fidelidade de nenhuma das partes. Estávamos ali nos auto-sabotando e não percebíamos. Quantas feridas a aderência a tal falta de compromisso já nos trouxe desde aqueles tempos para cá? Vejo tantas mulheres – onde eu, claro, me incluo - que criam infinitas expectativas sobre os homens, se ele liga ou não, se ele vai querer namorar ou não, se ele vai decidir por assumí-la ou não, se no próximo fim de semana ele irá chamá-la pra sair novamente ou não. E usualmente, colocamos a culpa neles, mas nunca nos damos conta de que nós somos as primeiras culpadas por não nos darmos o devido valor de mulheres criadas por Deus. Deus definitivamente não nos criou para fazermos o que andamos fazendo. Ficando, ou pior, tendo relações sexuais fora do casamento, que é outra falta de compromisso total com o parceiro. Um acordo mútuo que se faz como se fosse a coisa mais natural do mundo. Não é que tenhamos chegado numa época em que isso é, de fato, natural, é que isso sempre foi e sempre será contra a vontade de Deus! E é até fácil de perceber: pelas inspirações do Espírito Santo sentimos constantemente que isso ou aquilo não está certo, que algo não está se encaixando. Como pode a sociedade atual pregar tantas verdades convenientes e nós, sem usarmos o dom do discernimento, vamos nos agarrando a elas, mas nos percebemos sempre prejudicadas pelas mesmas verdades? Se ficar fosse tão perfeito como venderam tal ideia, porque as mulheres estão tão feridas? Não que os homens também não se firam com isso. Toda essa ideia foi comprada por homens e mulheres e desde sempre repercute neles e em nós. Afinal, somos aqueles que se complementam e estão sempre unidos na criação de Deus! E tudo que um faz o outro sofre as conseqüências!
Mas nós, mulheres, temos em nós a vontade e o poder de decisão de sermos tudo aquilo que Deus nos criou para ser, e vivemos fingindo não saber: castas, santas, silenciosas, fortes, sensatas, ternas e bondosas. Não falo isso como uma cobrança de comportamento, mas como DOM. Nascemos com o DOM de ser tudo isso. E estes dons servem a toda a humanidade, não ao marido e aos filhos, somente. O dom não é concedido para ser usado somente com alguns. Deus nos criou com um propósito e para tal propósito, nos deu virtudes, dons e atributos que só nós possuímos em favor de toda a criação.
Para melhor exemplificar, olhemos para Maria, a mãe de Jesus. Deus a criou e a tornou o modelo perfeito e incorruptível de Mulher. Ela é A Mulher, a que esmaga a cabeça da serpente (Cf. Gn 3,15), mas também o modelo perfeito de mãe, de esposa, de parente, de discípula, serva de Deus e de amiga. Procuremos estudar mais sobre ela, nos colocar no lugar dela em todas as partes onde ela aparece nas escrituras sagradas e nos deixar imitá-la, deixar que Maria ordene o nosso ser mulher, nos ensine, forme, reeduque nossos comportamentos. Esta mulher é a esposa do Espírito Santo, e com Ele vai nos devolver a essência que perdemos e ajeitar toda a bagunça que foi feita pelo pecado original que nos fez aderir a tantas bizarrices. E com o passar do tempo, quase sem perceber, seremos, pela graça do Espírito Santo, a imagem e semelhança de Nossa Senhora que nos tornará, conseqüentemente, a imagem e semelhança de seu Filho.
A mulher não é gênero, nem um órgão sexual para usar e ser usado, mas um ser divino feminino preciosíssimo que tem potencial para trazer em si a salvação ao mundo, para proteger e reger reinos, lutar à frente de exércitos, para germinar dentro de si a semente plantada pelo homem e através dessa união perfeita trazer ao mundo mais e mais filhos e filhas de Deus, dando continuidade ao desejo do seu coração para que, um dia, Ele finalmente possa contemplar sua obra e dizer “Agora sim. Isso é muito bom.”

"Assim como o sol que se levanta nas alturas de Deus, assim é a beleza de uma mulher honrada, ornamento de sua casa. Como fundamentos eternos sobre pedra firme, assim são os preceitos divinos no coração de uma mulher santa." (Eclo 26,21.24)

Sugiro a leitura de Eclesiástico, todo o capítulo 26.

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