Sede perfeitos
Sobre Mateus 18,1-14
Senti vontade de partilhar com vocês sobre esse Evangelho que me levou a refletir sobre os pequeninos de Deus e sobre diversas as formas com que escandalizamos eles e a nós no dia a dia. Pensei nos pequeninos que creem em Deus, em muitos que não são católicos, mas que não nos cabe julgá-los, pois somente Deus sabe o quanto eles creem, como creem, se creem. Nosso dever é somente amá-los e muito! Jamais escandalizá-los impondo nossos conceitos, por mais que muitos sejam verdadeiros. Sabemos que um dia também não enxergamos a Verdade sobre muitas coisas, mas foi Deus quem cuidou de nos tirar as escamas dos nossos olhos, não foi ninguém que arrancou à força. Nós devemos amar e interceder com fé e confiança naquele que é o único capaz de enxergar onde não há verdade e converter.Também pensei nos escândalos que causamos aos nossos irmãos e a nós mesmos com certas atitudes. Muitas vezes coisas que parecem lícitas ou “normais”, ou nada de demais, ou besteira. E principalmente estas são as que costumam nos iludir e causar muitos danos por aí.
Vou me expor aqui para dar um exemplo: ontem eu vi uns
panfletos no vidro do meu carro e me irritei, nem olhei, só arranquei e deixei
cair no chão. E de repente me veio um sentimento de repreensão daquele ato.
Pensei “se alguém sabe que sou da Igreja e que estou trilhando um caminho de
conversão, que propago o Evangelho de Jesus, vir isso que fiz, posso ter
escandalizado essa pessoa e dado contra testemunho, por mais “bobo” que pareça
ser ou até mesmo eu me ache na razão de fazer. Muitos acham “normal” jogar lixo
na rua, eu sei, mas vai que essa pessoa em específico é uma defensora do meio
ambiente? Eu catei os papeis do chão e levei pra jogar fora. E isso é o de
menos. Eu também já panfletei. E como é ruim ver seus panfletos serem desprezados
sem nem serem lidos e serem jogados no chão! Aquilo custou dinheiro e é
divulgação de uma vida profissional, o ganha-pão de alguém. Não devo fazer aos
outros o que fazem de ruim comigo. E fazer o que gostaria que me fizessem.
Sei que pode parecer bobagem, mas através deste Evangelho
Deus nos convida, por uma Graça dele, a viver essa RADICALIDADE no rompimento
total com o pecado, especialmente esses pecados “inocentes”. Eles são um perigo
porque se fazem de inocentes, mas pecado sempre é nocivo por natureza. Basta
imaginar Jesus e Maria cometendo tais pecados. Será que eles fariam isso? Eles
aderiram a pecados inocentes? Não. Então também não nos é lícito andar de mãos
dadas com tais pecados. Devemos cortar e ATIRAR PARA LONGE, romper. Orar e vigiar
os impulsos. É melhor ser radical do que relativista. Deus é bom e nos chama a
sermos radicais, pois coisas relativas não impactam um mundo relativista, mas
as radicais impactam, sacodem, geram mudança concreta.
Vamos pedir a Graça de Deus para nos libertar dos pecados
“inocentes” e de nos dar sabedoria e discernimento para identificá-los a fim de
cortarmos e atirarmos para bem longe. E junto à Graça dele unida a nossa
vontade, vamos conseguir, sim, pois Deus não nos pede nada nem nos inspira
desejos irrealizáveis. E ele nos chama a sermos Santos.
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